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Seu corpo inteiro está tremendo. Ele havia acabado de matar seu pai. Ele não pensava que isso fosse possível.

Thor olha em volta e vê todos os guerreiros, os dois exércitos, encarando-o em estado de choque. Thor sente um tremendo calor percorrer seu corpo, como se alguma profunda mudança estivesse ocorrendo dentro dele, como se ele estivesse limpando alguma parte mal dentro de si mesmo. Ele se sente mudado, mais leve.

Thor ouve um barulho no céu, como um trovão, e vê uma pequena nuvem negra aparecer sobre o cadáver de Andronicus, e um funil de pequenas sombras negras, como demônios, girando até o chão. Eles rodam em torno de seu pai, erguendo seu corpo enquanto uivam, e em seguida, levantam seu corpo para o alto, mais e mais, até que desaparecem na nuvem. Thor observa, em estado de choque, e se pergunta para qual inferno o espírito de seu pai seria arrastado.

Thor olha para cima, e vê o exército do Império diante dele, centenas de milhares de homens, com um olhar de vingança nos olhos. O Grande Andronicus está morto, mas ainda assim, os seus homens ainda resistem. Thor e os homens do Anel ainda estão em menor número, cem para um. Eles haviam vencido a batalha, mas estão prestes a perder a guerra.

Erec e Kendrick e Srog e Bronson caminham para o lado de Thor, com espadas nas mãos, para enfrentarem o Império juntos. Trombetas soam na linha do exército do Império, e Thor se prepara para enfrentar a batalha pela última vez. Ele sabe que não poderia ganhar. Mas, ao menos todos iriam lutar juntos – em uma batalha épica.

CAPÍTULO SETE

Reece marcha ao lado de Selese, Illepra, Elden, Indra, O'Connor, Conven, Krog e Serna, nove deles marchando a oeste, como já faziam há horas, desde que tinham saído do Canyon. Em algum lugar, Reece sabe, seu povo o aguarda e, vivos ou mortos, ele está determinado a encontrá-los.

Reece tinha ficado chocado quando haviam passado por uma paisagem de destruição, intermináveis campos com cadáveres, carbonizado por dragões, com bandos de pássaros se alimentando deles. Milhares de cadáveres de soldados do Império pontuam o horizonte, alguns deles ainda com fumaça, que preenche o ar com o cheiro insuportável de carne queimada permeando a terra destruída. Aqueles que não haviam sido mortos pelo sopro do dragão tinham sido abatidos durante uma batalha convencional, e soldados do Império, MacGils e McClouds jazem mortos, e cidades inteiras foram destruídas – há pilhas de escombros por toda parte. Reece balança a cabeça: esta terra, que uma vez tinha sido tão abundante, agora está devastada pela guerra.

Desde haviam saído do Canyon, Reece e os outros estavam determinados a voltarem para casa, a voltarem para o lado MacGil do Anel. Sem encontrarem cavalos, eles marcham todo o caminho pelo território McCloud, ao longo das Highlands, até o outro lado, e agora, finalmente, eles se encontram no território MacGil, sem encontrar nada exceto ruína e devastação. Pela aparência da terra, os dragões pareciam terem ajudado a destruir as tropas do Império e, por isso Reece se sente grato. Mas Reece ainda não sabe em que estado se encontra seu próprio – estariam todos mortos? Até o momento, é essa a impressão que ele tem. Reece está ansioso para descobrir se estão todos bem.

Toda vez que encontram um campo com mortos e feridos, Illepra e Selese passam de corpo em corpo – aqueles que não foram carbonizados pelas chamas dos dragões, virando-os, verificando. Eles não são motivados apenas por suas profissões, Illepra também tem outro objetivo em mente: encontrar o irmão de Reece. Godfrey. É um objetivo que Reece e ela compartilham.

"Ele não está aqui," Illepra anuncia mais uma vez, quando ela finalmente termina, após ter verificado cada cadáver daquele campo, a decepção gravada em seu rosto.

Reece percebe o quanto Illepra se importa com seu irmão, e fica sensibilizada. Reece também tem esperanças de que ele esteja bem e entre os vivos, mas a julgar pela aparência daqueles milhares de cadáveres, ele tem um pressentimento de que talvez não o encontre.

Eles continuam marchando, passando por outra série de colinas, e quando terminam, eles avistam outro campo de batalha no horizonte, com milhares de cadáveres esparramados no chão. Eles continuam marchando naquela direção.

Enquanto caminham, Illepra chora baixinho. Selese coloca a mão em seu pulso.

"Ele está vivo," Selese a tranquiliza. "Não se preocupe."

Reece se adianta e coloca uma mão confortante em seu ombro, sentindo compaixão por ela.

"Se há uma coisa que eu sei sobre meu irmão," Reece diz, "é que ele é um sobrevivente. Ele encontra uma maneira de sair de qualquer confusão. Até mesmo a morte. Eu prometo. É mais provável que Godfrey esteja em alguma taverna por aí, bêbado."

Illepra ri por entre as lágrimas e enxuga seu rosto.

"Espero que sim," ela fala. "Pela primeira vez, eu realmente espero que sim."

Eles continuam a sua marcha sombria, silenciosamente atravessando o deserto, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Imagens do Canyon passam pela cabeça de Reece; ele não consegue suprimi-las. Ele volta a pensar na situação desesperadora que havia superado, e se sente eternamente grato a Selese; se ela não tivesse aparecido naquele momento, eles ainda estariam lá, e com certeza, mortos.

Reece se aproxima e pega a mão de Selese sorrindo, e os dois caminham de mãos dadas. Reece pensa no amor e devoção que ela sente por ele, e fica tocado que ela tenha atravessado todo o campo de batalhas apenas para salvá-lo. Ele sente um tremendo amor por ela, e ele mal pode esperar até que eles tenham um momento a sós para que ele possa demonstrar todo seu sentimento por ela. Ele já tinha decidido que queria ficar com ela para sempre. Ele sente uma lealdade a ela, diferente do que já havia sentido por qualquer outra pessoa, e assim que tivesse um momento, ele pretende pedi-la em casamento. Ele daria a ela o anel de sua mãe, o anel que ele havia prometido para a mãe que entregaria para o amor de sua vida – quando a encontrasse.

"Eu não posso acreditar que você atravessou o Anel por mim," Reece fala para ela.

Ela sorri.

"Não foi tão longe," responde ela.

"Não foi longe?" ele pergunta. "Você coloca sua vida em perigo ao atravessar um país devastado pela guerra. Devo-lhe uma. Mais ainda do que eu poderia dizer."

"Você não me deve nada. Estou feliz que você está vivo."

“Nós todos devemos a você," Elden entra na conversa. "Você salvou todos nós. Ainda estaríamos todos presos lá embaixo, perdidos no Canyon, para sempre."

"Falando de dívidas, tenho algo a discutir com você," Krog fala para Reece, chegando ao seu lado, mancando um pouco. Desde que Illepra havia colocado uma tala na perna dele, no topo do Canyon, Krog tinha, ao menos, sido capaz de caminhar por conta própria, mesmo que com dificuldade.

"Você me salvou lá embaixo, e mais de uma vez," continua Krog. "Foi muito estúpido de sua parte, se quiser saber minha opinião. Mas você fez isso de qualquer maneira. Mas não vá achando que eu lhe devo uma."

Reece balança a cabeça, surpreso pela aspereza de Krog e por sua tentativa desajeitada de agradecimento.

"Eu não sei se você está tentando me insultar, ou tentando me agradecer," Reece responde.

"Esse é o meu jeito," afirma Krog. "Eu estou cuidar de você a partir de agora. Não porque eu goste de você, mas porque é isso que eu me sinto motivado a fazer."

Reece balança a cabeça mais uma vez, perplexo, como sempre, pelo comportamento de Krog.

"Não se preocupe," diz Reece. "Eu também não gosto de você."

Todos continuam marchando, mais relaxados, felizes por estar vivos, fora do Canyon, de volta neste lado do Anel – todos, exceto Conven, que caminha em silêncio, separado dos outros, alheio ao mundo ao seu redor como havia ficado desde a morte de seu irmão gêmeo no Império. Nada, nem mesmo o fato de ter escapado da morte, parece capaz de tirá-lo desse torpor.

Reece começa a recordar os acontecimentos e se lembra que, durante a batalha, Conven havia se colocado em perigo de forma imprudente, repetidas vezes, quase matando a si mesmo para salvar os outros. Reece não consegue evitar a sensação de que havia sido mais uma tentativa de acabar com sua própria vida que uma forma de ajudar os outros. Ele se preocupa com Conven. Reece não gosta de vê-lo tão alienado, tão perdido em depressão.

Reece se aproxima dele.

"Você lutou de forma brilhante lá atrás," Reece diz para o amigo.

Conven apenas dá de ombros e olha para o chão.

Reece procura desesperadamente algo para dizer, enquanto marcham em silêncio.

"Você está feliz por estar em casa?" ele pergunta. "Por estar livre?"

Conven se vira e olha para ele fixamente.

"Eu não estou em casa. E eu não sou livre. Meu irmão está morto. E eu não tenho direito de viver sem ele."

Reece sente um arrepio percorrer seu corpo ao ouvir estas palavras. Claramente, Conven ainda está dominado pela tristeza; e usa o luto como uma medalha de honra. Conven está parecendo mais um morto-vivo, seu olhar está vazio. Reece ainda se lembra de vê-los cheios de alegria. Reece percebe que seu luto é profundo, e tem a sensação de que ele talvez nunca consiga superar isso. Reece se pergunta o que seria de Conven. Pela primeira vez, ele não consegue pensar em nada bom.

Eles marcham sem parar, as horas passam, e eles alcançam mais um campo de batalha, completamente repleto de cadáveres. Illepra, Selese e os outros se espalham, indo de cadáver em cadáver, virando-os, procurando por qualquer sinal de Godfrey.

"Estou vendo mais MacGils neste campo," Illepra diz esperançosamente, "e quase nenhum sinal do dragão. Talvez Godfrey esteja aqui."

Reece olha para cima e, ao ver os milhares de cadáveres, se pergunta se, mesmo que ele estivesse aqui, como seria possível encontrá-lo.

Reece se afasta e começa a olhar de cadáver em cadáver, juntamente com os outros, virando cada um deles. Ele vê todos os rostos de seu povo, alguns que ele reconhece e muitas pessoas estranhas – pessoas que ele conhecia e com quem havia lutado e pessoas que lutaram por seu pai. Reece fica espantado com a devastação que de sua terra natal, como uma praga, e sinceramente espera que tudo tenha finalmente acabado. Ele já havia visto batalhas, guerras e cadáveres suficientes para uma vida inteira. Ele está pronto para se estabelecer e viver em paz, se recuperar e reconstruir sua vida novamente.

"Aqui!" Grita Indra, sua voz cheia de emoção. Ela fica em pé sobre um corpo e olha para baixo.

Illepra se vira e sai correndo, e todos e reúnem ao redor dele. Ela se ajoelha ao lado do corpo, e as lágrimas inundam seu rosto. Reece se ajoelha ao lado dela e suspira ao ver seu irmão.

Godfrey.

Com a grande barriga de fora, a barba por fazer, os olhos fechado, muito pálido e com as mãos azuis devido ao frio, ele parece morto.

Illepra se inclina sobre ele e chacoalha seu corpo algumas vezes; ele não responde.

"Godfrey! Por Favor! Acorde! Sou eu! Illepra! GODFREY!"

Ela o sacode uma e outra vez, mas ele não desperta. Finalmente, freneticamente, ela se vira para os outros, olhando na direção de seus cintos.

"Seu vinho!" Ela exigiu de O'Connor.

O'Connor se atrapalha um pouco, mas se apressa a entregá-lo a Illepra.

Ela pega o vinho e o segura sobre o rosto de Godfrey, esguichando um pouco em seus lábios. Ela levanta a cabeça dele, abre sua boca, e esguicha um pouco em sua língua.

Há uma resposta súbita, quando Godfrey lambe os lábios e engole.

Ele tosse, e então se senta, pega o saco com os olhos ainda fechados, e começa a beber mais e mais, até ficar completamente sentado. Ele abre os olhos devagar e limpa a boca com as costas da mão. Ele olha em volta, confuso e desorientado, e arrota.

Illepra grita de alegria, inclinando-se e dando-lhe um grande abraço.

"Você sobreviveu!" ela exclama.

Reece suspira de alívio quando seu irmão olha em volta, confuso, mas bastante vivo.

Elden e Serna seguram Godfrey pelos ombros e o colocam em pé. Godfrey fica parado, vacilante a princípio, e então ele dá outro longo gole de vinho e limpa a boca com as costas da mão.

Godfrey olha ao redor, com os olhos turvos.

"Onde estou?" ele pergunta. Ele estende a mão e coça a cabeça, que tem um grande ferimento, e seus olhos fecham de dor.

Illepra estuda a ferida atentamente, passando a mão sobre ela, e sobre o sangue seco em seu cabelo.

"Você está ferido," ela diz. "Mas pode se orgulhar: por estar vivo. Você está seguro."

Godfrey cambaleia, e os outros o seguram.

"Isso não é grave," ela diz, examinando-o, "mas você vai precisar de repouso."

Ela tira uma bandagem de sua cintura e começa a envolvê-la em torno da cabeça dele, dando algumas voltas. Godfrey estremece, e olha para ela. Então, ele olha em volta e observa todos os corpos de olhos arregalados.

"Eu estou vivo," ele fala. "Eu mal posso acreditar."

"Você conseguiu," fala Reece, apertando o ombro de seu irmão mais velho, feliz. "Eu sabia que você conseguiria."

Illepra o abraça e, lentamente, ele a abraça de volta.

"Então é assim que é ser um herói," Godfrey observa, e os outros riem. "Se continuarem me dando bebida desse jeito," acrescenta ele, "talvez eu faça isso mais vezes."

Godfrey dá outro gole e, finalmente, começa a caminhar com eles, inclinando-se sobre Illepra, com um braço em torno dela enquanto ela o ajuda a se equilibrar.

"Onde estão os outros?" Godfrey pergunta no caminho.

"Nós não sabemos," Reece responde. "Em algum lugar a oeste, eu espero. É para lá que estamos indo. Marchamos para Corte do Rei – para vermos se ele ainda vive."

Reece engole em seco ao pronunciar estas palavras. Ele olha para o horizonte, e reza para que seus compatriotas tenham encontrado um destino semelhante ao de Godfrey. Ele pensa em Thor, em sua irmã Gwendolyn, em seu irmão Kendrick, e em tantos outros que ele ama. Mas ele sabe que a maior parte do exército do Império ainda não havia sido derrotada e, a julgar pelo número de mortos e feridos que ele já tinha visto, ele tem a sensação de que o pior ainda está por vir.

CAPÍTULO OITO

Thorgrin, Kendrick, Erec, Srog e Bronson se alinham diante do exército do Império,  com seus homens atrás deles, de armas em punho, preparando-se para enfrentar a ofensiva das tropas do Império. Thor sabe que este seria o derradeiro ataque, a batalha final de sua vida, mas ele não tem qualquer arrependimento. Ele morreria ali, de frente para o inimigo, em pé, de espada na mão, com seus companheiros de armas ao seu lado, defendendo sua terra natal. Ele teria a oportunidade de corrigir o que tinha feito ao enfrentar seu próprio povo na batalha. Não há mais nada que ele possa querer da vida.

Thor pensa em Gwendolyn, e gostaria apenas de ter mais algum tempo por ela. Ele reza para que Steffen a tenha levado para um lugar seguro, atrás das linhas. Thos está determinado a lutar com tudo o que tem, e matar o maior número de soldados do Império que puder, apenas para impedi-los de machucá-la.

Enquanto Thor permanece ali, ele sente no ar o companheirismo de seus irmãos, todos ali, destemidamente em pé, corajosamente defendendo seu terreno. Estes são os melhores homens do reino, os melhores cavaleiros – Pratas, MacGils e Silesianos – todos unidos, nenhum dando chance para o medo, apesar das probabilidades. Todos estão dispostos a dar suas vidas para defender sua pátria. Todos eles valorizam a honra e a liberdade mais do que a vida.

Thor ouve as trombetas do Império, por toda a linha inimiga, e observa suas divisões com inúmeros homens alinhados em unidades precisas. Eles enfrentariam soldados disciplinados, soldados com comandantes impiedosos que tinham lutado a vida toda. Eles são como uma máquina bem ajustada, treinada para continuar em face da morte de seu líder. Um novo comandante havia assumido o comando do Império, e agora lidera suas tropas. Eles são numerosos, e Thor sabe que não há qualquer possibilidade de derrotá-los com tão poucos homens. Mas isso não importa mais. Não importa se eles morrerem. Tudo o que importa é como eles morreriam. Eles morreriam em pé, como homens, em um confronto final que dificilmente seria esquecido.

"Vamos esperar que eles venham até nós?" Pergunta em voz alta Erec. "Ou devemos lhes dar a saudação dos MacGils?"

Thor sorri, junto com os outros. Não há nada como um pequeno exército atacando um maior. É imprudente, mas também pode ser visto com a mais alta demonstração de coragem.

Como um só, Thor e seus homens de repente soltam um grito de guerra, e começam a atacar. Eles correm a pé, correndo para preencher a lacuna entre os dois exércitos, seus gritos de batalha preenchem o ar, e todos os seus homens o seguem de perto. Thor segura sua espada erguida, correndo ao lado de seus irmãos, com o coração batendo acelerado e uma rajada de vento soprando seu rosto. Esta era a sensação de uma batalha, fazendo Thor se lembrar de como é bom estar vivo.

Os dois exércitos atacam, correndo o mais rápido que podem para matar uns aos outros. Assim que se encontram no meio, há um tremendo estrondo de armas.

Thor dá golpes para todos os lados, atacando a primeira fila de soldados do Império, que empunha lanças longas, azagaias e arpões. Thor corta a primeira lança que encontra na metade, e então perfura o intestino de um soldado.

Thor desvia e recua quando várias lanças aparecem em seu caminho; ele golpeia com sua espada, girando em todas as direções, cortando todas as armas ao meio e dá chutes e cotoveladas, tirando vários soldados de seu caminho. Ele desfere socos com sua manopla, chuta soldados na virilha, dá cotoveladas em alguns e perfura outros com sua espada. O espaço é reduzido e ele avança aos poucos. Thor é uma máquina de um homem só, abrindo caminho através de um exército muito superior.

Ao seu redor, seus irmãos estão fazendo o mesmo, lutando com incrível velocidade e potência, força e espírito, apesar de estarem em menor número, atirando-se contra um exército muito maior e atravessando as linhas dos soldados do Império, que parece não ter fim. Nenhum deles hesita, e ninguém recua

Ao redor de Thor, milhares de homens enfrentam milhares de soldados;  homens gritando e gemendo enquanto lutam lado a lado em um grande confronto, a batalha determinante para o destino do Anel. E, apesar das forças inimigas muito superiores, os homens do Anel vão ganhando força, impedindo o avanço do Império, e até mesmo fazendo com que recuem.

Thor pega um mangual das mãos de um soldado do Império, dá um chute nele e, em seguida, gira o corpo e bate com a arma na lateral de seu capacete. Thor gira o mangual, derrubando vários outros soldados, e então ele arremessa a arma para o meio da multidão, atingindo mais alguns.

Thor, em seguida, ergue a espada e volta para a luta corpo-a-corpo, atacando por todos os lados, até que seus braços e ombros se cansam. Em certo momento, ele se move um pouco mais lentamente, e um soldado parte pra cima dele com uma espada em punho; Thor se vira para ele, tarde demais, e se prepara para o golpe inevitável.

Thor ouve um rosnado e Krohn passa por ele, pula no ar e trava suas mandíbulas na garganta do soldado, levando-o para o chão e salvando Thor.

Horas de  luta se passam. Enquanto Thor a princípio se anima com o avanço inicial, logo se torna evidente que aquela batalha é um ato de futilidade, prolongando o inevitável. Não importa quantos deles matem, o horizonte continua com um número infindável de homens. E enquanto Thor e os outros vão ficando cansados, os homens do Império parecem descansados, e cada vez mais numerosos.

Thor, perdendo força, não se defende tão rapidamente quanto antes, e de repente recebe um golpe de espada no ombro; ele grita de dor enquanto o sangue jorra de seu braço. Thor em seguida, leva uma cotovelada nas costelas, e um machado de batalha desce na direção dele, e ele mal consegue bloqueá-lo com seu escudo. Ele ergue o escudo quase um segundo tarde demais.

Thor está perdendo terreno, e ao olhar à sua volta, vê que os outros ao seu redor também estão. A maré estava começando a virar mais uma vez; os ouvidos de Thor são preenchidos com os gritos de morte de muitos de seus homens, que começam a cair. Depois de horas de luta, eles estão começando a perder a batalha. Logo, eles seriam completamente derrotados. Ele pensa em Gwendolyn, e se recusa a aceitar que aquele seja o fim.

Thor joga a cabeça para trás, olhando para céu, e tenta desesperadamente reunir os poderes que lhe restam. Mas seu poder Druida não está respondendo. A maior parte de seu poder, ele sabe, havia sido drenada durante sua luta com Andronicus, e ele precisa de tempo para se recuperar. Ele nota Argon no campo de batalha, também não tão poderoso quanto antes, pois seus poderes também tinham sido usados na luta contra Rafi. E Alistair também está enfraquecida, tendo usado seus poderes para reviver Argon. Eles não têm qualquer outro reforço. Apenas a força de seus braços.

Thor joga a cabeça para trás mais uma vez e dá um grande grito de guerra desesperado, torcendo por algum milagre, alguma mudança.

Por favor, Deus, ele pede. Eu imploro. Salve-nos neste dia. Eu recorro a você. Não aos meus homens, ou aos meus poderes, mas a você. Dê-me um sinal de seu poder.

De repente, para espanto de Thor, o ar é tomado pelo som de um grande rugido, um barulho tão alto que parece dividir os próprios céus.

O coração de Thor acelera quando ele imediatamente reconhece o som. Ele olha para o horizonte e vê, atravessando as nuvens, sua velha amiga, Mycoples. Thor está surpreso, eufórico ao ver que ela está viva, que ela está livre, e que ela está de volta ao Anel, voando em direção a ele. É como se uma parte dele estivesse restaurada.

Thor se surpreende ainda mais ao ver, ao lado dela, um segundo dragão. Um dragão do sexo masculino, com escamas vermelhas desbotadas e antigas, e enormes olhos verdes brilhantes olhos verdes, de aparência ainda mais feroz que Mycoples. Thor observa enquanto os dois dragões atravessam o ar, voando entre as nuvens para, em seguida, mergulhar na direção de Thor. Ele percebe, então, que suas preces tinham sido atendidas.

Mycoples levanta as asas, jogando o pescoço para trás, e grita, assim como o dragão ao lado dela, e os dois assopram uma parede de fogo sobre o exército do Império, iluminando o céu. O dia frio de repente se torna quente, à medida que as paredes de fogo se alastram  na direção deles. Thor leva os braços ao rosto.

Os dragões atacam da parte de trás, de modo que as chamas não chegam a atingir Thor. Ainda assim, a parede de fogo está perto o suficiente para que Thor sinta seu calor, e os cabelos de seu antebraço são chamuscados pelas chamas.

Os gritos de milhares de homens tomam conta do ar à medida que o exército do Império, divisão por divisão, é incendiado. Dezenas de milhares de soldados gritam por suas vidas, correndo para todos os lados, mas não há para onde fugir. Os dragões são impiedosos. Eles atacam, – cheios de fúria, dispostos a vingar-se do Império.

Divisão após divisão do Império é derrotada, e seus soldados caem no chão, mortos.

O restante dos soldados que enfrentam Thor entram em pânico e foge, tentando se afastar dos dragões que cruzam o céu, cuspindo chamas em todos os lugares. Mas eles apenas correm para suas próprias mortes, quando os dragões se aproximam deles, e os mata um de cada vez.

Logo, Thor se vê diante de um campo vazio, com nuvens negras de fumaça e o cheiro de carne queimada no ar – o bafo dos dragões, um cheiro de enxofre. Quando a fumaça desaparece, eles vêem um terreno carbonizado diante deles, nem um único homem vivo, toda a grama e árvores reduzidas a cinzas. O exército do império, até então insuperável, tinha sido completamente dizimado.

Thor fica espantado e eufórico. Ele não iria morrer. Todos eles sobreviveriam. O anel está livre. Finalmente, eles estão livres.

Mycoples mergulha e para diante de Thor, abaixando a cabeça e bufando.

Thor se adianta, sorrindo ao se aproximar de sua velha amiga, e Mycoples abaixa a cabeça até o chão, ronronando. Thor acaricia as escamas em seu rosto, e ela estica o pescoço e esfrega o focinho para cima e para baixo no peito dele, acariciando o rosto contra seu corpo. Ela ronrona satisfeita, e fica claro que ela está em êxtase por ver Thor novamente, que está igualmente satisfeito em revê-la.

Thor monta no dragão e se vira para o seu exército, milhares de homens que olham para ele com espanto e alegria, e levanta sua espada.

Os homens também erguem suas espadas e aplaudem Thor. Finalmente, o ar é preenchido com o som da vitória.

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199 ₽
Возрастное ограничение:
16+
Дата выхода на Литрес:
10 сентября 2019
Объем:
284 стр. 7 иллюстраций
ISBN:
9781632912374
Правообладатель:
Lukeman Literary Management Ltd
Формат скачивания:
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