Читать книгу: «Razão para Salvar », страница 2

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CAPÍTULO DOIS

O medo de Avery aumentou quando ela chegou ao Departamento. Havia vans da imprensa por todos os lados, com repórteres brigando por posição. Havia muita comoção no estacionamento e no gramado onde havia guardas uniformizados nas portas frontais, mantendo a imprensa afastada. Avery dirigiu pela outra entrada, longe da rua, e viu que havia vans estacionadas por lá também.

Entre os poucos oficiais que estavam nos fundos do prédio mantendo a paz, ela viu Finley. Quando ele viu seu carro, se afastou da multidão e acenou, dizendo-a para vir até ele. Aparentemente, Connelly havia o posicionado ali como guarda para conseguir faze-la passar por toda aquela loucura e entrar.

Avery estacionou seu carro e caminhou o mais rápido que pode até a entrada dos fundos. Finley logo chegou a seu lado. Por conta de sua história como advogada e dos grandes casos que ela resolvera como detetive, ela sabia que tinha um rosto que seria facilmente reconhecido pela mídia local. Felizmente, graças a Finley, ninguém a viu antes que ela entrasse pela porta dos fundos.

- Que porra está acontecendo? Pegamos Randall? – Avery perguntou.

- Eu gostaria muito de te dizer o que aconteceu – Finley disse. – Mas Connelly me disse para não falar nada. Ele quer ser o primeiro a falar com você.

- Justo. Eu acho.

- Como você está, Avery? – Finley perguntou enquanto eles caminhavam rapidamente até a sala de conferências da sede do A1. – Digo, com tudo isso que está acontecendo com Ramirez.

Ela encolheu os ombros e respondeu:

- Estou bem. Lidando bem com tudo.

Finley entendeu a mensagem e esqueceu o assunto. Eles seguiram pelo resto do caminho até a sala de conferências em silêncio.

Ela esperava encontrar a sala de conferências tão cheia quanto o estacionamento. Imaginou que algo envolvendo Howard Randall levaria todos os agentes disponíveis a estarem por lá. No entanto, quando entrou com Finley, viu apenas Connelly e O’Malley sentados à mesa. Os dois homens já estavam na sala, com expressões paradoxais uma a outra. O olhar de O’Malley era de sincera preocupação, enquanto a expressão de Connelly parecia dizer Que porra eu tenho que fazer com você agora?

Quando sentou-se, Avery quase se sentiu como uma criança que fora mandada à sala do diretor.

- Obrigado por vir tão rápido – Connelly disse. – Eu sei que você está passando por uma barra. E acredite... Eu só te chamei porque eu achei que você gostaria de estar envolvida no que está acontecendo.

- Howard realmente matou alguém? – Ela perguntou. – Como você sabe? Vocês o pegaram?

Os três homens compartilharam um olhar desconfortável em volta da mesa.

- Não, não exatamente. – Finley disse.

- Aconteceu ontem à noite – Connelly disse.

Avery suspirou. Ela na verdade já esperava escutar algo assim na imprensa ou em uma mensagem do A1. Ainda assim... o homem com quem ela conversara na prisão pedindo por conselhos não parecia capaz de um assassinato. Era estranho... Ela conhecia ele muito bem de seu passado como advogada e sabia que ele era capaz de matar. Ele havia feito isso várias vezes. Havia onze assassinatos ligados a ele na época de sua prisão, e especulações de que havia ainda outros que poderiam ser atribuídos a ele com mais evidências. Ainda assim, algo naquelas notícias a chocava, mesmo que tudo soasse completamente normal.

- Temos certeza que foi ele? – Ela perguntou.

Connelly ficou desconfortável no mesmo momento. Ele suspirou e levantou-se da cadeira, começando a caminhar.

- Não temos uma evidência forte. Mas é uma universitária e o assassinato foi macabro o suficiente para nos fazer pensar que foi Randall.

- Já temos um arquivo? – Ela perguntou.

- As coisas estão sendo compiladas e—

- Posso ver?

Novamente, Connelly e O’Malley olharam-se incertos.

- Não precisamos que você vá a fundo nisso – Connelly disse. – Chamamos você porque você conhece esse louco melhor do que ninguém. Isso não é um convite para entrar no caso. Você está lidando com muita coisa no momento.

- Eu agradeço a preocupação. Temos fotos da cena do crime que eu possa ver?

- Sim – O’Malley disse. – Mas são muito horripilantes.

Avery não disse nada. Ela estava começando a ficar nervosa com o fato de que eles haviam a chamado com tanta urgência e, agora, estavam a tratando quase como uma criança.

- Finley, você poderia ir até meu escritório e trazer o material que nós temos? – Connelly perguntou.

Finley levantou-se, obediente como sempre. Vendo ele ir, Avery percebeu que as duas semanas que ela passara em estado de certo luto pareciam bem mais do que treze dias. Ela amava seu trabalho e sentia muita falta daquele lugar. Apenas o fato de estar ali animava seu estado de espírito, mesmo servindo apenas como um tipo de recurso para O’Malley e Connelly.

- Como está Ramirez? – Connelly perguntou. – A última notícia que tive era de dois dias atrás e a situação ainda era a mesma.

- Continua igual – ela disse com um sorriso cansado. – Sem boas novas, sem notícias ruins.

Ela quase contou a eles sobre o anel que as enfermeiras haviam encontrado no bolso dele—o anel de noivado que Ramirez iria lhe oferecer. Talvez aquilo ajudasse-os a entender porque ela estava tão próxima do caso e tinha escolhido ficar ao lado dele o tempo todo.

Antes que a conversa prosseguisse, Finley voltou à sala com a pasta de arquivos que não continha muita coisa. Ele colocou em frente a ela, ganhando um aceno de aprovação de Connelly.

Avery abriu as fotos e as olhou. Havia sete no total, e O’Malley não havia exagerado. Elas eram bem alarmantes.

Havia sangue por todo lado. A garota fora levada para um beco e suas roupas arrancadas. Seu braço direito parecia ter sido quebrado. Seu cabelo era loiro, ainda que estivesse quase todo coberto por sangue. Avery procurou ferimentos a bala ou marcas de facada, mas não viu nada. O método do assassinato não se revelou até que ela chegasse à quinta foto, em close, que mostrava o rosto da garota.

- Pregos? – Ela perguntou.

- Sim – O’Malley disse. – E pelo que podemos dizer, foram colocados com tanta precisão e força que ele deve ter usado uma dessas pistolas de prego pneumáticas. Temos peritos trabalhando nisso, então por enquanto só podemos especular. Nós achamos que o primeiro golpe foi o que a atingiu atrás da orelha esquerda. Deve ter sido de alguma distância porque não entrou totalmente. Acertou o crânio, mas é tudo o que sabemos até agora.

- E se não foi esse prego que a matou - Connelly disse, – com certeza foi o que entrou por debaixo da mandíbula. Entrou por debaixo da boca, atravessou a passagem nasal e chegou até o cérebro.

A violência envolvida parece mesmo coisa de Howard Randall, Avery pensou. Não tem como negar isso.

Ainda assim, havia outros elementos na foto que não fechavam com o que ela sabia sobre Howard Randall. Ela estudou as imagens, percebendo que mesmo com todos os casos que já tinha visto, essas fotos estavam entre as mais sangrentas e mais perturbadoras.

- Então, o que exatamente o que vocês precisam de mim?

- Como eu disse... Você conhece esse cara muito bem. Baseado no que você sabe, quero saber onde ele poderia estar. Acho que é seguro pensar que ele ficou aqui na cidade baseado nesse assassinato.

- Não é perigoso apenas assumir que isso foi feito por Howard Randall?

- Duas semanas depois dele escapar da prisão? – Connelly perguntou. – Não. Eu diria isso com todas as letras, gritaria Howard Randall. Você precisa voltar lá atrás e revisar as fotos das cenas dos crimes dele?

- Não – Avery disse um pouco maldosa. – Estou bem.

- Então o que você pode nos dizer? Estamos procurando ele há duas semanas e não conseguimos nem uma pista.

- Achei que você tinha dito que não me queria nesse caso.

- Preciso do seus conselhos e sua assistência – Connelly disse.

Algo naquela história quase a insultava, mas Avery não via razão para argumentar. Além disso, ela teria algo para pensar além do estado de Ramirez.

- Todas as vezes que falei com ele, ele nunca me deu uma resposta direta. Era sempre algum tipo de enigma. Ele fazia isso para me irritar—para me fazer pensar na resposta. Ele também fazia para se divertir no fim das contas. Eu acho, honestamente, que ele me via como um tipo de conhecida. Não amiga, na verdade. Mas alguém com quem ele poderia falar em um certo nível intelectual.

- E ele nunca se ressentiu por todo aquele drama quando você era advogada?

- Por que ele se iria se ressentir? – Ela perguntou. – Eu livrei ele... um homem livre. Lembre, ele basicamente se entregou depois. Ele matou novamente para mostrar quão incompetente eu era.

- Mas essas visitas que você fez para ele na prisão... Ele aceitava?

- Sim. E honestamente, eu nunca entendi isso. Acho que era algo a ver com respeito. E por mais que soe estúpido, acho que tem uma parte dele que sempre se arrependia do último assassinato—de ter feito eu me sentir tão mal no processo.

- E ele alguma vez falou em escapar durante suas visitas? – O’Malley perguntou.

- Não. Parecia que ele estava confortável lá. Ninguém mexia com ele. Todo mundo tinha esse tipo estranho de respeito por ele. Medo, talvez. Mas ele era praticamente o rei daquele lugar.

- Então por que ele sairia? – Connelly perguntou.

Avery sabia onde ele queria chegar, o que ele estava tentando dizer. E o pior é que aquilo fazia sentido. Howard só sairia se ele tivesse algo para fazer aqui fora. Algum trabalho não terminado. Ou talvez ele estava só entediado.

- Ele é um homem esperto – Avery disse. – Assustadoramente esperto. Talvez ele queria ser desafiado novamente.

- Ou queria matar novamente – Connelly disse com desgosto, apontando para as fotos.

- Possivelmente – ela concordou. Depois olhou novamente para as imagens. – Quando ela foi encontrada?

- Três horas atrás.

- O corpo ainda está lá?

- Sim, acabamos de chegar de lá. Os legistas vão chegar em cerca de quinze minutos. Os peritos estão lá com o corpo até eles chegarem.

- Ligue e diga para eles esperarem. Não toquem o corpo. Quero ver a cena.

- Eu disse que você está fora dessa – Connelly disse.

- Você disse. Mas se você quer que eu te diga o que se passa na mente de Howard Randall—se ele cometeu mesmo esse crime—então só olhar para as imagens não vai ser suficiente. E mesmo correndo risco de parecer arrogante, você sabe que eu sou a melhor investigadora de cenas de crime que você tem.

Connelly a xingou rapidamente sem dizer uma palavra. Sem falar mais nada, ele virou-se e pegou seu celular. Discou um número e, segundos depois, alguém atendeu.

- É o Connelly – ele disse. – Olhe só. Não mexam o corpo já. Avery Black está a caminho.

CAPÍTULO TRÊS

Estranhamente, Connelly mandou Finley ir com Avery até a cena do crime. Finley não falou muito no caminho, e olhou pela janela pensativo na maioria do percurso. Ela sabia que Finley nunca havia se aprofundado em nenhum caso muito importante. Se aquele fosse o primeiro, ela teria pena dele.

Acho que eles estão se preparando para o pior—alguém precisa assumir a bronca caso Ramirez não resista. Finley é bom como qualquer outro. Talvez até melhor.

Quando chegaram à cena do crime, era claro que os peritos e investigadores já tinham terminado suas tarefas. Eles estavam matando tempo, a maioria deles atrás da fita que separava a cena, olhando através da entrada do beco. Um deles tinha um café na mão, fazendo Avery perceber que já era de manhã. Ela olhou o relógio e viu que eram 8:45.

Meu Deus, ela pensou. Eu perdi seriamente todo o conceito de tempo nos últimos dias. Poderia jurar que eram pelo menos nove da manhã quando cheguei no apartamento.

Aquele pensamento a fez sentir-se muito cansada naquele momento. Mas deixou o sentimento para trás quando ela e Finley se aproximaram dos investigadores. Avery automaticamente mostrou seu distintivo e Finley assentiu educadamente com a cabeça a seu lado.

- Você tem certeza de que está pronta para isso? – Finley perguntou.

Ela apenas assentiu e eles entraram no beco, passando por baixo da fita. Eles caminharam pela via estreia por vários metros e depois viraram à esquerda, quando o beco se tornava uma pequena área cheia de poeira, detritos e grafite. Havia algumas latas de lixo velhas na esquina, abandonadas. Não tão longe delas estava a mulher que Avery havia visto nas fotos do crime. As imagens não haviam a preparado totalmente para vê-la na vida real.

O sangue, na verdade, estava, de alguma maneira, muito pior agora. Sem o acabamento das fotos, parecia mudo e mortal. A natureza surpreendente do assassinato a trouxe rapidamente de volta à realidade, afastando seus pensamentos quase que completamente do quarto de hospital de Ramirez.

Ela chegou o mais perto que pode sem pisar no sangue e deixou sua mente trabalhar.

O sutiã e a calcinha não são nem um pouco provocantes, ela pensou. Não era uma garota que estava na rua procurando bons momentos. Se a calcinha diz isso, há grandes chances da roupa dela não ser nada reveladora também.

Ela circulou pelo corpo devagar, com sua mente pensando em pequenos detalhes mais do que nunca. Viu um ferimento por perfuração onde o prego havia entrado na parte de baixo da mandíbula. Mas depois viu muitos outros ferimentos, todos exatamente iguais—todos feitos com uma pistola de pregos. Um entre os olhos. Outro acima da orelha esquerda. Um em cada joelho, um na base do peito, um na mandíbula e um na parte de trás da cabeça. O fluxo de sangue e a breve descrição que Connelly fizera sugeriam que também havia ferimentos similares na parte de trás do corpo da garota, que agora estava pressionado contra a parede de tijolos como uma boneca.

Aquilo era brutal, excessivo e violento.

A cereja do bolo era o fato de que ela estava sem a mão esquerda. O braço, ainda sangrando, sugeria que a mão fora cortada menos de seis horas antes.

Ela chamou os pesquisadores por cima do ombro da garota.

- Algum sinal preliminar de estupro?

- Nada visível – um deles respondeu. – Não teremos certeza até tirarmos ela daqui.

Ela sentiu o tom do comentário, mas o ignorou. Circulou em volta da mulher, devagar. Finley a olhava à distância, parecendo querer estar em qualquer outro lugar. Ela estudou o corpo, a natureza dele. Aquilo fora feito por alguém que precisava provar algo. Isso era claro.

Por isso eles querem ir direto ao Howard, Avery pensou. Ele acabou de escapar, foi preso por seus crimes, e agora quer provar que ainda é perigoso—para si mesmo e para a polícia.

Mas aquilo não parecia certo. Howard era louco, mas quase bárbaro, primitivo. Aquilo estava abaixo dele.

Howard não vê problema em matar—e em fazer isso de um jeito que chame a atenção da mídia. Ele deixou parte dos corpos de suas vítimas espalhadas por Harvard, na verdade. Mas nada desse tipo. Isso aqui é além de obsceno. Os assassinatos de Howard eram violentos, mas havia algo quase limpo neles... evidências sugeriram que ele primeiro estrangulava para depois cortar. Mas até os cortes nas partes do corpo eram feito com precisão.

Quando Avery finalmente se afastou, gravando tudo na mente, Finley se aproximou.

- O que você acha? – Ele perguntou.

- Tenho uma ideia – ela disse. – Mas Connelly com certeza não vai gostar nada.

- O que é?

- Howard Randall não tem nada a ver com isso.

- Besteira. E a mão? Quer apostar que está escondida em algum lugar do campus de Harvard?

Avery apenas fez um hum. Ele estava fazendo uma suposição justa, porém na qual ela ainda custava a acreditar.

Eles decidiram voltar para o carro, mas antes que chegassem a passar da fita que separava a cena do crime, ela viu um carro estacionando em uma parada ao lado da rua. Avery não reconheceu o carro, mas reconheceu o rosto. Era o prefeito.

O que esse cretino está fazendo aqui? Ela pensou. E por que ele parece tão bravo?

Ele partiu com raiva em direção aos investigadores, que tentavam se afastar. Quando todos sumiram, Avery passou por baixo da fita que separava a cena do crime para encontra-lo. Ela achou melhor para-lo antes que ele inventasse de meter o nariz na bagunça sangrenta atrás dela.

O rosto do prefeito Greenwald estava vermelho de raiva. Ela esperava que a boca dele fosse começar a espumar a qualquer momento.

- Avery Black – ele disse, - que porra você acha que está fazendo aqui?

- Bem, senhor – ela disse, sem estar muito certa do que responder.

Na verdade, ela não precisou responder. Outro carro apareceu do nada e parou na calçada, quase atrás do carro do prefeito. Aquele carro Avery reconheceu. O veículo nem tinha parado completamente quando Connelly saiu da porta do carona. O’Malley desligou o carro e também saiu, chegando ao lado de Connelly o mais rápido possível.

- Prefeito Greenwald – Connelly disse. – Não é o que você está pensando.

- O que você me disse hoje de manhã? – Greenwald disse. – Você me disse que todos os sinais apontavam para que esse crime fosse obra de Howard Randall. Você me assegurou que tomaria conta disso com cuidado e que a cena do crime poderia oferecer pistas de onde esse filho da puta está escondido. Não foi?

- Sim, senhor. Eu falei – Connelly disse.

- E agora você está me dizendo que meter Avery Black nesse caso é tomar conta do assunto? A mesma detetive que a mídia sabe que se encontrava em privado com ele?

- Senhor, eu posso assegurar, ela não está no caso. Eu chamei ela apenas para uma consulta. Afinal ela conhece Howard Randall melhor do que qualquer um na polícia.

- Não me importa. Se a mídia souber disso... se eles imaginarem que a Detetive Black está cuidando do caso, vou ter tanta merda para juntar que vou usar seu salário para comprar as pás.

- Sim, eu entendo, senhor. Mas o—

- A cidade já está aterrorizada com Randall à solta – o prefeito continuou, realmente irritado. – Você sabe tão bem quanto eu que estamos recebendo pelo menos trinta ligações por dia de pessoas preocupadas achando que viram ele. Quando souberem desse assassinato—e vamos ser realistas, é só uma questão de tempo—todo mundo vai saber que foi ele. E se a porra da Avery Black estiver no caso, ou perto do caso—

- Isso não vai importar – Avery disse, tendo escutado o suficiente.

- O que você disse? – O prefeito Greenwald quase gritou.

- Eu disse que não vai importar. Howard Randall não cometeu esse crime.

- Avery... – O’Malley disse.

Nesse momento, Connelly e o Prefeito Greenwald a olharam como se tivesse surgido nela um terceiro braço.

- Você está falando sério? – Greenwald perguntou.

E antes que ela pudesse responder, Connelly falou—o que não a surpreendeu.

- Black... Você sabe que isso é coisa de Howard Randall. Por que diabos você pensaria que não é?

- Apenas veja os arquivos, senhor – ela disse. Depois, olhou para Greenwald e acrescentou: - O mesmo serve para você. Veja os arquivos de Howard Randall. Encontre um dos assassinatos dele onde ele fez algo desse tipo—algo tão fora do normal e sangrento. Desmembramento é uma coisa. Mas isso vai muito além. Howard estrangulou a maioria de suas vítimas primeiro. O que estou vendo nesse último crime é muito pior que algo assim.

- Howard Randall esmagou a cabeça de uma mulher com um tijolo – Greenwald disse. – Eu diria que isso é bem sangrento e brutal.

- É sim. No entanto, aquela mulher foi atingida duas vezes e a investigação diz que foi o segundo golpe que a matou—não o primeiro. Howard Randall não está nessa pela emoção, violência ou pela exploração. Mesmo quando despedaçou os corpos, tinha pouco sangue. Era quase como se ele evitasse sangue, apesar de seus atos. Mas esse assassinato aqui... é demais. É sem fundamento. E mesmo que seja um monstro e com certeza um assassino, Howard Randall não é alguém sem fundamento.

Avery viu uma mudança na expressão de Connelly. Ele estava ao menos pensando naquilo, considerando seus exemplos. O prefeito Greenwald, por outro lado, não estava aceitando a ideia.

- Não. Isso é obra de Howard Randall e é ridículo pensar outra coisa. Até onde eu sei, esse assassinato colocou fogo em todo o A1—caramba, em todos os departamentos da cidade! Eu quero Howard Randall algemados ou cabeças vão rolar! E imediatamente, eu quero a Black fora desse caso. Ela não pode estar envolvida de nenhuma maneira!

Depois disso, Greenwald voltou a seu carro esbravejando. Avery já havia sofrido com reuniões com ele no passado e estava começando a pensar que ele era sempre assim. Ela nunca havia o visto caminhando normalmente.

- Você voltou ao trabalho há meia hora – O’Malley disse, - e já conseguiu tirar o prefeito do sério.

- Não estou trabalhando – ela pontuou. – Como ele descobriu que eu estava aqui, afinal?

- Não faço ideia – Connelly disse. – Nós achamos que alguém da mídia viu você deixando o departamento e alguém disse algo para ele. Tentamos chegar aqui antes que ele, mas não conseguimos. – Ele suspirou, puxou o ar e acrescentou: - Quão certa você está de que não foi Howard Randall? Definitivamente?

- Claro que não é definitivamente. Mas isso aqui não casa com nenhum dos assassinatos dele. Esse aqui é diferente. Parece diferente.

- Poderia ser uma imitação? – Connelly perguntou.

- Poderia, eu acho. Mas por que? E se for, esse cara está fazendo um trabalho ruim.

- E um fanático de merda por cultura de assassinatos? – Connelly perguntou. – Um desses derrotados que juntam material sobre serial killers e, com o escape de Randall, finalmente criou coragem para matar pela primeira vez.

- Pode ser um caminho.

- Então eu não devo relacionar a recente fuga de Howard Randall com um assassinato tão parecido com o estilo dos antigos crimes dele.

- Senhor, você pediu minha opinião e eu lhe disse.

- Bem – Connelly disse, - você ouviu o Greenwald. Não posso mais deixar você ajudar nisso. Agradeço você ter vindo hoje pela manhã quando eu chamei mas... Acho que foi um erro.

- Acho que sim – ela disse, odiando a facilidade com que Connelly cedia à pressão do prefeito. Ele sempre fazia isso e essa era uma das razões pela qual era achava difícil respeitar o capitão.

- Desculpe – O’Malley disse a ela quando eles voltaram para o carro. Finley estava atrás deles, e assistira a toda a cena com um desconforto aparente. – Mas talvez ele esteja certo. Mesmo que o prefeito tenha sido muito duro, você acha mesmo que esse é o tipo de coisa em qual você deveria se envolver agora? Faz só duas semanas desde o seu último grande caso—onde você quase morreu, tenho que dizer. E duas semanas desde que Ramirez...

- Ele está certo – Connelly disse. – Tire mais um tempo. Mais algumas semanas. Você consegue?

- Se tem que ser assim – ela disse, indo para o carro com Finley. – Boa sorte com esse assassino. Você vão encontra-lo. Tenho certeza.

- Black – Connelly disse. – Não leve para o pessoal.

Ela não respondeu. Entrou no carro com pressa, dando a Finley apenas alguns segundos para entrar no carro antes que ela arrancasse, deixando para trás a rua e um corpo morto, que ela tinha quase certeza de que não fora assassinado pelo recém-livre Howard Randall.

399 ₽
Возрастное ограничение:
16+
Дата выхода на Литрес:
10 октября 2019
Объем:
222 стр. 4 иллюстрации
ISBN:
9781640299030
Правообладатель:
Lukeman Literary Management Ltd
Формат скачивания:
epub, fb2, fb3, ios.epub, mobi, pdf, txt, zip

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