Читать книгу: «Quase Perdida», страница 5

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As intenções dele eram amigáveis? Ou queriam dizer algo a mais? Ela não tinha certeza, mas achava que sim. A incerteza a deixava nervosa e excitada, mas de um jeito bom.

De volta ao quarto, ela checou suas mensagens outra vez e viu que Renee havia respondido.

“A mulher disse que estava ligando de um telefone público. Então, não tinha número. Se ela ligar outra vez, vou perguntar o nome”.

Ao ler a mensagem, Cassie teve uma ideia repentina.

A mulher misteriosa havia ligado de um telefone público, receosa em repassar suas informações, e contatara uma das amigas de escola de Cassie que era uma das únicas que ainda morava em sua cidade natal.

O pai de Cassie se mudara de onde ela havia crescido. Ele se mudara diversas vezes, mudando de emprego, de namoradas, perdendo seu telefone quase todas as vezes que entrava em uma bebedeira. Ela não tinha contato com ele há muito tempo e nunca mais queria vê-lo. Ele estava envelhecendo, sua saúde estava frágil e ele tinha criado a vida que merecia. No entanto, isso significava que ele não podia mais ser encontrado por familiares buscando entrar em contato. Ela mesma não saberia como encontrar seu pai agora.

Havia uma chance – uma chance que parecia mais forte quanto mais ela pensava nisso – de que a mulher que havia ligado era sua irmã, Jacqui, esforçando-se para rastrear Cassie novamente. Uma antiga amiga de escola seria a única conexão, tirando as mídias sociais, algo que Jacqui não tinha. Cassie buscava por ela com frequência, procurando sempre que tinha tempo, na esperança de que seu trabalho de detetive pudesse revelar uma pista do paradeiro de sua irmã.

Arrepios formigaram na espinha de Cassie ao considerar a possibilidade de que havia sido Jacqui quem ligara.

Não queria dizer que Jacqui estivesse em uma boa situação, mas ela nunca pensara que sua irmã estivesse bem. Se Jacqui estivesse bem estabelecida, com um emprego estável e um apartamento, teria entrado em contato há muito tempo.

Quando pensava em Jacqui, Cassie sempre imaginava incerteza, precariedade. Visualizava uma vida oscilando em um equilíbrio frágil – entre o dinheiro e a pobreza, as drogas e a reabilitação, os namorados e os agressores, quem poderia saber os detalhes? Quanto mais incerta a vida de Jacqui, mais difícil seria para ela entrar em contato com a família que abandonara tempos atrás. Talvez suas circunstâncias não permitissem, ou ela se envergonhasse da situação em que estava. Poderia passar semanas ou meses na estrada ou fora de circulação, embriagada até perder a cabeça ou implorando por comida, e quem sabe o que mais?

Cassie decidiu que teria fé e arriscaria a chance de que era Jacqui tentando alcançá-la.

Rapidamente, sabendo que Ryan desligaria o Wi-Fi a qualquer momento, enviou uma mensagem a Renee.

“Pode ser minha irmã. Se ela ligar outra vez, por favor, dê meu número a ela”.

Esperando que seu palpite estivesse certo, Cassie fechou os olhos, sentindo ter feito o que podia para reestabelecer contato com a única família com a qual ainda se importava.

CAPÍTULO OITO

A manhã seguinte foi um caos organizado enquanto Cassie tentava ajudar as crianças a se vestirem para a escola. Itens do uniforme estavam sumidos, sapatos estavam enlameados, meias estavam desparceiradas. Viu-se correndo de um lado para o outro, da cozinha até os quartos, fazendo malabarismo entre preparar o café da manhã e todo o resto.

As crianças devoraram com gana o chá, as torradas e geleias antes de retomar a busca por itens escolares que pareciam ter migrado para um universo alternativo durante o fim de semana.

– Perdi meu distintivo! – Madison anunciou, vestindo seu blazer.

– Como ele é? – Cassie perguntou, seu coração afundando. Havia pensado que eles finalmente estivessem prontos.

– É redondo e verde-claro. Não posso ir para a escola sem ele, fui capitã da classe na semana passada e outra pessoa precisa ganhar o bóton hoje.

Em puro pânico, Cassie ficou de joelhos e procurou no quarto inteiro, eventualmente encontrando o distintivo no chão do armário.

Após a crise evitada, Dylan gritou que seu estojo de lápis tinha sumido. Foi somente após as crianças saírem que Cassie o encontrou atrás da gaiola do coelho, correndo pela estrada até o ponto de ônibus onde as crianças estavam esperando.

Quando embarcaram no ônibus em segurança, ela respirou profundamente e os pensamentos felizes da noite anterior borbulharam dentro dela outra vez.

Enquanto arrumava a casa, repassou a interação entre ela e Ryan em sua cabeça.

Ele tinha flertado, ela tinha certeza.

O modo como a tocara, pegando sua mão, perguntando se ela tinha namorado. Por si só, aquela era uma pergunta inocente, mas ele dissera algo a mais.

“Seria errado da minha parte não ter certeza”.

Aquilo indicava que ele estava perguntando por uma razão. Para ter certeza.

E aquele beijo. Ela fechou os olhos ao pensar nele, sentindo o calor desabrochando dentro dela. Tinha sido tão inesperado, tão perfeito.

Parecera amigável, mas como se ele quisesse dizer algo a mais com o gesto. Era impossível dizer. Ela sentia-se cheia de incerteza, mas de uma forma positiva.

A manhã passou voando e, como Ryan dissera que voltaria tarde, ela decidiu começar a preparar o jantar. Possuía um repertório muito limitado de pratos, mas havia uma prateleira na cozinha repleta de livros de receitas.

Cassie escolheu um livro para jantares em família. Ela presumira que o livro fosse de Ryan, mas surpreendeu-se ao descobrir uma mensagem escrita à mão na primeira página: “Feliz aniversário, Trish”.

Então, o livro era de Trish. Ela deveria ter sido presenteada por algum amigo; talvez um amigo que não tivesse percebido que Ryan era quem cozinhava mais. De todo modo, ela não levara o livro embora com ela.

Os pensamentos de Cassie foram interrompidos por uma batida alta na porta de entrada.

Apressou-se para atender.

Um homem com roupas de couro preto estava parado do lado de fora. Uma grande motocicleta estava estacionada na calçada, atrás dele.

Assim que Cassie abriu a porta, ele deu um passo adiante, de modo à quase entrar pela porta, invadindo o espaço pessoal dela. Ele era alto, de ombros largos, com cabelos escuros espetados e um bigode. Ela pressentiu uma leve agressividade na forma como ele entrou e na expressão dele ao olhar para ela.

Ela deu um passo atrás, perturbada com a presença invasiva. Desejou ter travado a porta com a corrente interna antes de atender, mas não tinha considerado necessário neste pequeno e tranquilo vilarejo.

– Essa é a residência dos Ellis? – o homem perguntou.

– É, sim – Cassie disse, perguntando-se do que se tratava isto.

– O senhor Ryan Ellis está hoje?

– Não, está no trabalho. Posso ajudá-lo?

Por dentro, Cassie estava entrando em pânico. Para sua própria segurança, ela deveria ter dito que Ryan tinha ido até a casa dos vizinhos. Não sabia quem era este homem. Ele era insistente e arrogante, e isso não era jeito de um entregador interagir com um cliente.

– E você é? – o homem sorriu de leve, apoiando uma das mãos na moldura da porta.

– Sou a au pair – Cassie disse, defensivamente, lembrando-se tarde demais que deveria ter dito que era uma amiga da família.

– Ah, então ele te contratou? Está te pagando, é? De onde você vem? Estados Unidos?

Cassie sentiu-se sem ar. Não esperara por isto, de forma alguma, pensando imediatamente na garçonete demitida da qual a gerente da casa de chá lhe contara no dia anterior.

Ela não o respondeu. Em vez disso, repetiu – Como posso te ajudar?

Torceu para que ele não percebesse o quanto ela estava aterrorizada.

– Tenho uma entrega especial para o Sr. Ryan Ellis.

O homem entregou-lhe um envelope de papel-pardo com o nome de Ryan e o endereço escrito à mão.

Ela depositou o envelope na mesa do hall e ele entregou-lhe uma prancheta.

– Assine aqui. Seu nome completo, hora da entrega, e número de telefone.

Então se tratava apenas de uma entrega, afinal. Cassie sentiu-se aliviada, mas não relaxaria até que este homem estranho saísse pela porta.

– E seu passaporte, por favor.

– Meu o quê?

Ela o encarou, horrorizada.

– Preciso fotografar. Se não se importa.

O tom de voz dele dizia que ele não ligava se ela se importasse. Ele encostou-se à parede e checou seu relógio.

Cassie ficou completamente perturbada. Isso tudo era sobre o quê? Estava apavorada, pois poderia se tratar de algum tipo de repressão de trabalhadores ilegais.

Não poderia mandá-lo sair, apesar de querer. Tirar foto deste documento seria legal ou violaria os direitos dela? Parecia uma tentativa de intimidação, mas ela não conseguia pensar em uma forma de escapar sem entrar em um apuro ainda maior.

– Você pode esperar do lado de fora enquanto eu busco? – ela pediu.

Ele demorou a se mover até o degrau da entrada. De braços cruzados e um meio sorriso em seu rosto pálido e redondo, ele ficou a observando.

Ela fechou a porta de entrada, desejando não ter que abri-la novamente, e apressou-se até seu quarto para pegar o passaporte, com o visto de turista incriminador.

Em seguida, ela voltou, abriu a porta e o entregou a ele.

No meio tempo, ele acendera um cigarro. Segurando-o entre os lábios, ele sacou o celular e folheou as páginas do documento.

Ela ouviu o repetitivo clique da câmera do celular. Parecia que ele estava fotografando mais que uma página.

Depois, ele o devolveu e tirou o cigarro da boca.

– Certo. É isso. Diga ao Sr. Ellis que voltarei em breve se ele não responder à notificação.

Ele jogou a bituca de cigarro acesa no pavimento, deu as costas e marchou até sua moto. No minuto seguinte, o motor rugiu e ele partiu.

Cassie ficou de joelhos e arranhou o chão para pegar o cigarro queimando. Ela o apagou na grama úmida e levou a bituca até a cozinha, onde a jogou fora. Suas mãos tremiam. Do que se tratara aquilo?

Ela encarou o envelope, segurando-o contra a luz, até mesmo virando-o para ver se havia alguma pista da identidade do remetente, mas não viu nada.

Teria que esperar até que Ryan chegasse para contar a ele.

Cassie começou a temer que sua presença aqui, além da gentileza de Ryan ao acomodá-la, tivesse causado a ele sérios problemas.

CAPÍTULO NOVE

Quando chegou a hora de buscar as crianças na escola, Cassie fez o máximo para colocar suas preocupações de lado. Com o recente divórcio, sabia que as crianças tinham seu próprio estresse a lidar e não queria que eles percebessem a ansiedade dela para piorar tudo.

Ambos a aguardavam nos portões da escola e Madison, em particular, pareceu contente em vê-la. No caminho de paisagens cênicas de volta para casa, a jovem menina falava sem parar sobre as lições do dia, que foram chatas; matemática estava ficando difícil demais; e, nos esportes, eles tinham praticado corrida cross-country, que ela tinha gostado. Cassie encontrou-se sorrindo, momentaneamente distraída pelos comentários alegres da garota.

As crianças foram rápidas em comer os sanduíches que ela havia se dado ao trabalho de preparar, devorando-os em minutos antes de saírem da cozinha de forma intencionada.

Cassie arrumou a cozinha do almoço e passou mais um tempo lá, tentando focar em preparar a comida, e não em se preocupar com o que o envelope na mesa do hall continha ou em qual poderia ser a reação de Ryan quando chegasse.

De repente, ocorreu a ela que a casa estava silenciosa demais.

– Dylan? – ela chamou. – Madison?

Não houve resposta.

Ansiedade apertou seu estômago como um hóspede indesejado que havia sido banido temporariamente, mas estava esperando para retornar.

Cassie saiu da cozinha e verificou os quartos. Eles não estavam lá, então ela saiu no quintal, notando que um vento gelado tinha começado a soprar.

Dylan, vestido em jeans azuis e uma jaqueta vermelha, estava no final do gramado em declive, de pé na ribanceira com vista para o mar. Estava de costas para o oceano, trocando mensagens em seu celular. Ele aparentava estar no limite da beira e não havia corrimão, apenas a queda livre do penhasco de arenito até as águas cinzentas abaixo.

– Dylan, será que você poderia se afastar daí? – ela chamou.

Ele levantou o olhar, curioso.

– Se estiver no celular, não fique tão perto da beira – ela explicou. – Você está distraído. Você poderia cair e o arenito pode erodir.

– Ah. Tudo bem.

Ele deu um passo à frente.

– Onde a Madison está?

Ele deu de ombros.

– Sei lá. Acabei de sair. Estou trocando mensagens com meu amigo.

Dylan baixou a cabeça e voltou sua atenção total ao celular novamente.

Mas Cassie havia notado algo ali perto. Foi em direção à ribanceira para ver o que era.

Um tênis cor-de-rosa estava na grama, perto da beira do penhasco. Onde estava o par? E onde estava Madison?

Cassie sentiu pânico subindo nela, tão agudo e repentino que parecia estrangulá-la.

Foi depressa até a beira do penhasco.

Ao chegar, forçou-se a parar por um momento e reunir seus pensamentos para ter certeza de estar com os pés firmes. Se a queda íngreme desencadeasse outro flashback dos horrores que vira enquanto estivera na França, não haveria ninguém para ajudá-la.

Cautelosamente, ela espiou abaixo.

À distância, nas pedras, viu um flash de cor-de-rosa.

Olhando mais atentamente, confirmou, para seu horror, que era o outro sapato.

– Madison! – Ela gritou, tão alto que a cabeça de Dylan estremeceu ao parar de mandar mensagens e olhar para cima, alarmado. – Madison, onde você está?

Ela sentiu um surto de pânico e cambaleou para trás, se afastando da queda estonteante.

– Dylan, ela está lá embaixo. Posso ver o sapato dela. Ela deve ter caído.

Cassie espalmou as mãos sobre sua boca para abafar seus soluços. Recriminou a si mesma de forma esmagadora. Estivera tão preocupada que não pensara em verificar as crianças. Tinha sido negligente e irresponsável, focando em assuntos menos importantes ao invés de cuidar das crianças de forma apropriada e, em um momento terrível, uma catástrofe ocorrera.

Será que Madison tinha caído? Os dois tinham brigado e Dylan a empurrara? Ela tinha tentado praticar ginástica ou acrobacias perto demais da beirada?

Sentia náuseas de culpa, perguntando-se se poderia ter prevenido o acidente caso tivesse se prestado a verificá-los mais cedo.

– Como chegamos lá embaixo?

Cassie perguntou, gritando em uma voz aguda e estridente, considerando freneticamente quais ações emergenciais deveria tomar e qual era a probabilidade de sobreviver a uma queda como esta. O rochedo parecia letal e afiado e Madison deveria ter sido carregada pelo mar, pois não havia sinais dela, exceto a terrível visão daquele sapato solitário.

Em um flash, Cassie percebeu que o frágil senso de segurança que alcançara com esta família era somente um verniz superficial cobrindo as profundas feridas que apodreciam dentro dela. Agora que o verniz fora removido, ela estava exposta por quem realmente era.

Como pôde ter pensado algum dia que era adequada para cuidar de crianças? Não era competente ou confiável e a bagagem que carregava a impediria de jamais ter uma vida bem-sucedida.

– Dylan, rápido. Passe seu celular. Quais são os números dos serviços de emergência?

Enquanto Cassie falava, Dylan começou a rir.

Por um momento, ela o encarou, chocada além das palavras pela reação dele.

Então, seguindo o olhar dele, viu Madison emergindo da porta lateral da garagem, segurando maços de jornal amassado nas mãos.

Ela afastou-se da porta com alguns passos, depois olhou para o gramado, franzindo o cenho.

– Onde estão os meus sapatos? – ela perguntou.

Por um instante, Cassie não conseguia falar. Uma tempestade de emoções se enfurecia em sua cabeça.

Então, conseguiu dizer as palavras.

– Dylan, o que aconteceu aqui? – A voz dela estava rouca de tensão, mas ela esperava que estivesse alta o bastante para ser autoritária.

– Mudei os sapatos de lugar. Um deles caiu do penhasco – Dylan disse à Madison.

– O quê? Do penhasco? Dylan, aqueles são meus tênis favoritos! Vá buscar, agora.

– Ele não pode… – Cassie começou, mas Dylan interrompeu.

– Está no rochedo. A maré está baixando. Daqui a meia hora, eu vou – ele olhou para Cassie. – Tem uma trilha para descer.

– Por que você fez isso? – Madison ainda soava brava. – Eu lavei os tênis porque estavam enlameados depois da corrida. Trouxe o jornal para colocar dentro deles, para secá-los, como o papai nos ensinou a fazer. E, agora, você mexeu e eles vão ficar sujos de novo.

– Pensei que seria uma brincadeira. Não quis que ele caísse.

Cassie limpou a garganta.

– Madison poderia ter caído enquanto buscasse o sapato. Você também poderia ter escorregado da beirada enquanto os colocava lá. Dylan, essa atitude foi maldosa.

Ele a encarou de forma calma.

– Nenhum de nós tem vertigem – ele disse.

A palavra bateu em Cassie como um tapa no rosto. Foi arrastada diretamente para o momento em que olhara por cima do parapeito da varanda com Ryan.

Dylan sabia o que acontecera. A forma como ele dissera a informava isto. Ele deveria estar passando pela sala de estar naquele momento, observando-os do lado de fora. Agora, ele estava usando aquela palavra de modo intencional para mostrar a ela que sabia, o que colocava o comportamento dele sob uma nova ótica.

Cassie suspeitava que isso fosse uma espécie de vingança.

Dylan estava dando o troco em Madison, ou nela, ou em ambas, por alguma coisa, e ela tinha certeza de que era por causa do que tinha acontecido na cidade. Elas haviam o criticado, o acusado de roubo. Ele não mostrara muita emoção à ocasião, mas as palavras delas devem tê-lo machucado e, agora, ele estava retaliando.

Fúria surgiu nela e ela soube que estava prestes a perder a cabeça. Gritaria com ele, rasgando as palavras mais cruéis e dolorosas que pudesse inventar para tentar tirá-lo de sua casca de indiferença e forçá-lo a sentir a mesma dor que ela sentia agora.

Quase fez isto, quase não conseguiu se conter, e viu na expressão cautelosa dele que ele estava esperando aquilo.

No último instante, ela fez uma pausa.

Ela estava gritando por que sentia raiva dele? Ou estava com raiva de si mesma, por ter estado tão envolvida no que estava fazendo que não verificara as crianças?

Seria injusto tornar Dylan o alvo quando ela era a culpada.

O comportamento de Dylan era preocupante e um tanto assustador, mas não fora malicioso. Havia sido uma piada cruel, só isso; o modo dele de mostrar quão esperto ele era, e também o quão sensível.

Ela lembrou-se das palavras dele, defensivas e levemente ameaçadoras.

“Você está comigo, ou está contra mim”.

Ao invés de gritar, ela manteve sua voz calma enquanto falava.

– Não tem problema, Dylan. Vou até lá embaixo com você assim que a maré baixar o suficiente e vamos resgatar o sapato de Madison. Combinado?

Dylan pareceu surpreso, como se não esperasse esta resposta dela de forma alguma, e não tivesse pensado em como lidar com ela.

– Combinado – ele disse, hesitante, e Cassie soube, com uma onda de alívio, que havia tomado a decisão correta.

*

A trilha até o mar estava a alguns metros de distância, em um ponto onde o penhasco era menos intocado. Cassie havia se preocupado de que poderia ser perigoso, mas, embora fosse íngreme e pedregosa, a trilha sinuosa não era arriscada de transacionar.

Uma vez que ela e Dylan estavam lá embaixo, caminharam em fila ao longo da seção exposta da praia estreita e cheia de pedras.

– Quando a maré está alta, aqui fica completamente coberto – Dylan falou para ela. – O quebra-mar é no penhasco, basicamente.

Estava um frio congelante e o respingo das ondas era chocante, porém emocionante. Cassie imaginou que, em um dia ventoso, ficaria ensopada só de andar ao lado do mar.

– Aí está você.

O tênis cor-de-rosa jazia em uma pedra e Dylan traçou o caminhou por entre os pedregulhos afiados para coletá-lo. Entregou-o a Cassie e voltou depressa, triturando a praia pedregosa e subindo pela trilha novamente.

Cassie percebeu que o clima agradável estava passando e ficou contente por terem conseguido recuperar o sapato naquele momento. A tarde estava ficando nublada e o vento estava voltando, gélido e forte, soprando do norte.

Quando checou Madison, descobriu que ela estava no quarto, montando um quebra-cabeça em uma bandeja. Dylan foi para a sala de jantar com um livro e se jogou no pufe do canto.

Cassie encheu ambos os calçados com jornal e os colocou perto do radiador na lavanderia para secar.

Só então se permitiu voltar para a cozinha, garantindo manter seus pensamentos em rédea curta. Quando não estava focada na comida, estava escutando, atenta, a quaisquer sons que significassem que Dylan ou Madison pudessem precisar dela.

Quando ouviu o clique da porta de entrada se abrindo, seu coração pulou, apesar da severa reprimenda que dera a si mesma. Era apenas duas e meia da tarde. Esperava que estivesse tudo bem e que Ryan não tivesse tido uma crise no trabalho. Saiu correndo da cozinha para dizer olá.

Ao chegar ao corredor, Cassie parou, atônita.

Uma jovem de cabelos cor-de-rosa tinha entrado e estava trancando a porta.

Ela virou-se, viu Cassie e, com a reação atrasada, observou-a com a mesma surpresa.

– Quem é você? – ela perguntou.

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299 ₽
Возрастное ограничение:
0+
Дата выхода на Литрес:
02 сентября 2020
Объем:
312 стр. 5 иллюстраций
ISBN:
9781094304915
Правообладатель:
Lukeman Literary Management Ltd
Формат скачивания:
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