Читать книгу: «Desejo Mortal», страница 4

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O homem tinha um cabelo preto sedoso que ostentava uma leve ondulação e quase tocava os ombros e um grosso brinco de argola dourado na orelha. Suas bochechas bronzeadas eram lisas, mas ele tinha um bigode raspado e uma barba estilosa que simplesmente era tão larga quanto o bigode, de modo que emolduravam um conjunto de lábios perfeitos. A perfeição não terminava ali, pois ela observou os longos cílios que lhe contornavam os olhos castanho-escuros que eram a identidade de seus olhos de sono.

Ela não tinha dúvidas de que ele provavelmente poderia seduzir qualquer fêmea que cruzasse seu caminho, sem muito esforço. Sim, o cara era lindíssimo e, se os últimos dias de casal lhe haviam ensinado alguma coisa, era que os humanos normais jamais teriam essa aparência. Essa constatação deixou-a nervosa, enquanto ela tentou apressar-se para fazer a compra da mulher por telefone.

Ficando frustrada, Gypsy olhou do outro lado do balcão para a garota bonita que sempre gastava tanto dinheiro na loja dela, depois, suspirou agradecida, quando recebeu um grande maço de dinheiro e ouviu dizer que ficasse com o troco.

"Obrigada", sorriu Gypsy e, em seguida, observou que havia uma lista de itens caros e difíceis de encontrar, escrita em um pedaço de papel no meio do maço de dinheiro. Ela voltou a olhar para a outra mulher, percebendo que a jovem deveria saber sobre o súbito fluxo de demônios para ficar fazendo esses pedidos estranhos, mas não teve tempo de discutir isso de imediato.

"Eu ligo para você quando os produtos chegarem”, Gypsy acenou com a cabeça como se ela tivesse simplesmente encomendado uma caixa de chocolates.

Enquanto o cliente saía com sua caixa de artigos questionáveis, Gypsy voltou a olhar na direção de Nick, agora vendo os dois homens voltados um para o outro e, ao que parecia, eles estavam se avaliando mutuamente.

"Posso ajudar?", perguntou Gypsy, aparecendo do outro lado do balcão.

O estranho afastou-se de Nick e sorriu: “Eu certamente espero que sim. Por acaso, é o velhote que administra esta loja aqui hoje?"

O educado sorriso de Gypsy fraquejou, mas ela já havia respondido esta pergunta mais de uma vez desde que assumiu a loja. "Desculpe-me, mas ele faleceu há pouco mais de um mês”. Ela observou quando uma tristeza silenciosa penetrou nos olhos do homem e isso a deixou mais relaxada. Com esse tipo de reação, certamente ele não estava aqui para causar nenhum problema.

"Então talvez a neta dele esteja disponível?", perguntou o homem calmamente.

"Eu sou a neta dele. Há algo em que eu possa ajudá-lo?", perguntou Gypsy tranquilamente.

O homem franziu as sobrancelhas ligeiramente, confuso, mas rapidamente substituiu a expressão por um sorriso educado: “Talvez. Eu fui enviado aqui para entregar isto ao proprietário”. Ele retirou o envelope até a metade do bolso para que ela pudesse ver a borda do mesmo. Com o Sr. Quick Draw ao lado deles, ele não acreditava que o envelope não seria retirado logo.

"Eu sou coproprietária", disse Gypsy com orgulho, agora que Lacey estava de volta.

O homem parecia que estava contemplando algo, mas finalmente colocou o envelope sobre a superfície de vidro e empurrou-o na direção dela.

Antes mesmo que Gypsy pudesse chegar perto, Nick interceptou o envelope com reflexos bastante rápidos e abriu a aba traseira. Ele inspecionou o grosso pedaço de papel folheado a ouro, antes de olhar para o estranho novamente. O homem simplesmente olhou novamente para ele como se ele estivesse entediado.

Gypsy franziu a testa para a superproteção de Nick, mas algo na expressão impassiva em seu rosto o impediu de exigir o envelope. Pela forma como as coisas estavam indo por aqui, por tudo o que ela sabia, isso era uma ameaça de morte, embora ela tivesse que admitir que estava curiosa demais.

Nick deu uma volta até o outro lado do balcão onde estava Gypsy e retirou a 9 mm que estava sob a camisa. Ele manteve a arma abaixada para que ninguém mais no recinto pudesse ver a troca atrás do balcão, exceto o homem que estava em pé diretamente do outro lado. O batimento cardíaco do homem era uniforme, como também era sua respiração, de forma que Nick percebeu que não se tratava muito de uma ameaça, mas ele queria que Gypsy ficasse precavida, ser fosse o caso.

"Voltarei logo. Não convide ninguém para entrar na loja, enquanto eu estiver ausente e atire em qualquer um que se aproximar", a voz de Nick trazia um tom de alerta enquanto ele cruzava o olhar com o outro homem.

"O que", perguntou Gypsy em um sussurro transtornado e olhou para Nick como se ele tivesse perdido a cabeça. "O que diz a carta?"

"É apenas um convite, mas tenho a sensação de que será do interesse de Ren. Confirmarei com você assim que ele tiver visto”, respondeu Nick e dirigiu-se até para o quarto dos fundos.

Gypsy redirecionou o olhar para o homem na frente dela de forma inquisitiva e delicadamente solicitou: “Que tipo de convite?"

Ela segurava a arma atrás do balcão, mas a mantinha nivelada sobre ele. Ela não podia deixar de ficar envergonhada, sabendo que, se puxasse o gatilho naquele exato momento, a bala iria atingi-lo em um local onde nenhum homem queria ser ferido. Com sorte, ele levaria isso em consideração e não tentaria nada de estúpido.

"Para um importante leilão decisivo”, respondeu o homem com um sorriso sexy.

Os olhos de Gypsy se iluminaram ao ouvir a palavra leilão, mas depois ele franziu a testa imaginando por que Nick achava que Ren gostaria de ver o convite para um leilão, mesmo que fosse para um do tipo clandestino. Esta não era a primeira vez que ela tinha recebido um convite através de mensageiro.

"Qual o nível de importância?", perguntou ela completamente intrigada.

"Se eu puder fazer-lhe uma pergunta primeiro", perguntou o homem. "Você por acaso tem alguma relação com Lacey?"

Os lábios de Gypsy se separaram enquanto ela instintivamente intensificou o aperto na arma e deu um passo para trás, agora compreendendo por que Nick tinha levado o convite para Ren.

"Quem é você?", perguntou ela, apreensiva.

Os lábios de Ren sugeriram um sorriso, mas ele não respondeu.

Ren olhou em direção à porta do abrigo quando ouviu os passos de Nick quase correndo ao descer as escadas. Ele observou que o jaguar deu os últimos saltos agarrando um envelope nas mãos e levantou uma sobrancelha, deslocando-se para encontrar-se com Nick na porta.

"Não faça perguntas; apenas leia”, disse Nick apressadamente enquanto entregava o envelope a Ren.

Ren abriu-o e retirou o convite, lendo-o completamente. Os músculos da mandíbula dele flexionaram-se enquanto ele lutava contra o impulso de amassar o papel em seu punho. Seu corpo relaxou quando, de repente, ele mudou de ideia e olhou para Lacey por cima do ombro, que observava de perto.

"Parece que nós vamos a um leilão", Ren informou a ela.

"Um leilão", repetiu Lacey enquanto se recostava no sofá e fingia pensar sobre isso durante cerca de dois segundos, antes de virar-se. "Não estou disposto a fazer isso; não, o obrigado”.

"Você não tem muita escolha", disse Ren, olhando para o convite. "Parece que o principal item do bloco de leilão é uma alma marcada e a proposta inicial para essa alma marcada é uma esfera espiritual. O leilão vai ocorrer esta noite à meia-noite… até a opção correta a partir daqui”.

Ele já podia sentir o cheiro do medo da moça aumentando, mas não tinha intenção de colocá-la em risco. A parte dela no círculo do roubo acabaria esta noite… ele deveria certificar-se disso.

Lacey se sentiu como se estivesse andando sobre pernas de borracha quando se aproximou de Ren e pegou o papel que ele estava lhe oferecendo. O olhar dela foi imediatamente atraído para o símbolo na parte inferior onde normalmente haveria uma assinatura e seu coração afundou na cavidade do estômago, de tanto pavor. Ela rapidamente levantou o olhar e inspecionou as palavras.

"Bem, para o inferno com isso! Se eu não sair deste prédio, eles estarão perdendo seu principal item e o pequeno leilão deles vai ser um fracasso", disse Lacey entregando o papel de volta a Ren. "Você viu aquele carimbo na parte inferior? É o carimbo do círculo para o qual eu trabalhava. Se eu for a esse leilão… eles vão me matar".

“Lacey”, disse Ren calmamente, sabendo que ela estava com um medo bobo no momento. "Se eles estiverem tão perto assim, já saberão onde você está. Você não pode se esconder aqui para sempre. Além disso, parece que temos algo que eles querem”.

"Sim... eu”, disse Lacey sem se preocupar em esconder o medo na voz enquanto ela o encarava. "Já sei que eles vão me matar, mas isso não significa que eu preciso facilitar as coisas para eles”.

Nick se virou e começou a subir novamente as escadas, não querendo deixar Gypsy sozinha por muito tempo com o estranho. Sem olhar para trás, ele lhes disse: “Quando você decidir o que você vai fazer, tem um cara lá em cima esperando a resposta e dois demônios esperando por ele do lado de fora da loja".

Ren baixou o olhar para Lacey quando ouviu o batimento cardíaco da moça começar a acelerar de repente e ela disparou pelas escadas acima, atrás de Nick. A expressão e os pensamentos dele ficaram obscuros. Era melhor que aquele estranho não fosse o bastardo britânico que a havia metido em toda aquela encrenca, antes de mais nada.

Lacey virou a esquina até a sala principal, apenas alguns segundos depois de Nick. Seus lábios se separaram vendo Vincent ali em pé, ali olhando tranquilamente para Gypsy do outro lado do balcão. O olhar dela baixou ao ver a arma na mão de Gypsy e ela quis dar uma risadinha pela inutilidade da ameaça, mas conteve-se, sabendo que ela seria a única a entender a piada.

Vincent virou a cabeça e fixou o olhar na garota que ele estivera procurando. "Agora é a garota”, respirou ele, percebendo que sentira falta dela mais do que ele pretendera também.

Em segundos, Lacey passou os braços em volta da cintura de Vincent e encostou o rosto no peito dele.

Ele retribuiu o abraço dela e evitou olhar para os demônios lá atrás, do lado de fora, sabendo que eles já a haviam visto, embora ele tivesse mesmo a intenção de virá-la de tal modo que ele ficasse bloqueando a imagem sangrenta deles.

Gypsy piscou para o afetuoso reencontro e abaixou a arma, agradecida. Ele não podia ser de todo ruim se é que a forma com que seus olhos tinham suavizado na fração de segundo durante o qual ele tinha visto Lacey fosse alguma indicação. Ela devolveu a arma a Nick quando ele se juntou a ela atrás do balcão. Um cliente escolheu aquele momento para aparecer e fazer a ela uma pergunta e ela olhou para Nick, sem ter certeza se ela deveria sair por enquanto.

"Posso ouvir Ren chegando para que você possa relaxar; vamos cuidar disso", disse Nick, garantindo à moça que isso era proveitoso, caso ela precisasse cuidar de seus negócios.

Concordando com a cabeça, Gypsy passou perto de Nick e proporcionou a Ren uma grande amplitude quando ela observou o olhar furioso no rosto quando ele saiu do quarto dos fundos. Ela olhou quando ele lançou contra os demônios um reflexo, antes de ignorá-los completamente e voltando a atenção para o balcão.

"Vá vigiar quem Gypsy convida para este lugar. Deixe isso comigo", pediu Ren, aparecendo atrás de Nick.

Nick sentiu um arrepio frio percorrer-lhe a espinha e rapidamente dirigiu-se até a frente da loja. Até mesmo o jaguar dentro dele estava feliz por não ser aquele que estava com os braços em volta de Lacey agora. Ren tinha jogado sujo quando surgiu a disputa por Gypsy, mas tinha a sensação de que isso não tinha sido nada em comparação com o inferno em que este sujeito britânico tinha se metido.

Vincent olhou para cima vendo o homem de olhar intimidante que vinha em direção a eles com passos acelerados e irritados. A primeira coisa que ele observou foi que o homem não estava olhando exatamente para ele… ele estava olhando para as costas de Lacey, onde seus braços estavam firmemente enlaçados ao redor dela.

Ele pode não ter nenhum poder sobrenatural, mas, depois de viver por tantos séculos, ele conseguia identificar um cara ciumento a 1 km de distância. Vincent sorriu interiormente, imaginando o que Lacey pensava sobre o relacionamento… se é que havia mesmo algum. Durante o último ano, ele havia sido o único homem a tocá-la e eles não tinham ficado separados por tempo suficiente para que ela simplesmente se entregasse a outro amante. Ela era muito exigente para isso.

Com um sorriso irritado destacando-se nos lábios, Vincent intensificou o aperto em apenas um toque para ver se o outro homem se opunha. Afinal de contas… seu passatempo favorito era aborrecer pessoas.

Ele conhecia sua pequena parceira o bastante para saber que a ideia de obsessão e possessividade dela era reservada somente para os acessórios que eles tinham o hábito de furtar… não para o sexo oposto. Essa era uma das coisas que ele gostava nela: o fato de que ambos eram favoráveis à cláusula de não comprometimento.

Sabendo que ele simplesmente não poderia afastá-la do outro homem, Ren forçou-se a parar menos de 60 cm atrás de Lacey, que era uma distância de captura, caso surgisse a necessidade. Ele já detestava esse idiota, mas era inteligente o suficiente para conter seu impulso de estrangular Vincent para que ele pudesse ouvir a razão pela qual o homem trouxera demônios para cá.

Ren deslizou a mão direita para dentro da gabardine para esconder o fato de que ele estava com o punho tão cerrado que podia sentir as unhas cravando na palma da mão de forma dolorida. Se Vincent pensou que estava levando Lacey de volta ao circo demoníaco que eles chamavam de círculo do roubo, ele faria o que fosse preciso para dar ao punk algo muito mais doloroso para se preocupar.

Capítulo 5

"Eu estava tão preocupada com você”, murmurou Lacey dentro da camisa de Vincent, tentando em vão segurar as lágrimas de gratidão por vê-lo inteiro. Os pesadelos que ela tivera com ele sendo enterrado vivo em algum lugar, ou pior que isso, perderam seu poder sobre ela à medida que ela se apegava a ele… seu amigo que tinha morrido muitas vezes. O coração dela havia parado naquela noite e essa memória ainda tinha o poder de fazê-la tremer.

Ela enrolou o material da camisa dele no punho dela: “Masters… a mão daquela maldita bastarda percorreu todo o trajeto até você. Como você conseguiu fugir?"

Ouvindo o ligeiro tremor na voz dela, Vincent dispensou o homem enfurecido por trás dela e desistiu do abraço antagonizante dele para que ele pudesse apalpar os membros superiores dela. Ele gentilmente afastou-a para trás e abaixou o olhou para ver as bochechas molhadas da moça. Droga… ele dissera a ela que jamais se preocupasse com ele… muito menos que chorasse.

Ele endureceu a voz: “Você está esquecendo, meu bem… que eu gosto disso. De tudo isso. Morrer não é nada mais que um jogo para mim”. As lágrimas bobas dela tinham o poder de machucá-lo muito mais do que uma mão através do coração dele. "Por isso, guarde suas lágrimas infernais para alguma coisa que valha a pena", retrucou ele, sabendo que esse era o caminho mais rápido para enxugar os olhos dela… aborrecê-la.

Lacey levantou os olhos para Vincent. Ele simplesmente fizera isso de propósito. "Não importa o idiota, basta me dizer que diabos aconteceu”, disse ela, fazendo o jogo de retração dele.

"Assim é melhor", sorriu Vincent maliciosamente para o temperamento da moça. Isso foi realmente encantador. "No momento em que eu renasci, estava de volta à propriedade de Master, cercado por um monte de demônios irritados que estavam se divertindo enquanto se revezavam me matando com lesões que saravam rapidamente para que eles pudessem ter o prazer de fazer isso várias vezes. Bastardos monótonos”.

Lacey deu um suspiro profundo e aguçado e seus olhos se arregalaram enquanto ela olhava fixamente para ele. Sua imaginação entrou em sobrecarga enquanto uma infinidade de formas aleatórias pelas quais os demônios poderiam matá-lo percorreu toda a visão dela como um filme de terror.

Vendo seus olhos brilharem com novas lágrimas, Vincent rapidamente acrescentou: “Eles não foram os únicos a se divertir na festa e nem sequer bateram meu recorde de mortes dentro de um período de quarenta e oito horas, pois não ficaram calados por tempo suficiente”.

"Foi minha culpa. Desculpe-me… lamentamos muito. Eu deveria ter levado seu corpo comigo de alguma forma", disse Lacey, desejando poder voltar no tempo. "Você se sacrificou para me salvar novamente e eu… eu simplesmente deixei você deitado ali. Algum tipo de parceiro eu me tornei”.

"Você estava fazendo exatamente o que eu lhe mandei fazer", corrigiu Vincent sem rodeios.

Ele estendeu a mão e deu um tapinha na parte superior da cabeça da moça, como um cachorrinho, simplesmente porque ele sabia que ela odiava isso. Quando ela retirou o braço dele com raiva, ele ficou novamente satisfeito que ela não ia passar mal na frente dele. Ele relevara o suficiente suas próprias palavras durante o ano anterior por causa dela e não achava que poderia suportar vê-la chorar nesse exato momento, sem revelar seus verdadeiros sentimentos.

"Mas você deve ter ficado longe deles ou não estaria em LA… certo?", perguntou Lacey, buscando os olhos dele. "Você pode deixá-los agora e ficar aqui comigo… onde é seguro".

"Minha pombinha desejada", Vincent inclinou a cabeça em direção à frente da loja para chamar a atenção da moça para seus obcecados fãs de olhos negros que até agora estavam observando cada movimento que ele fazia. "Minha escolta está esperando por mim para trazer-lhes sua resposta”.

Lacey mal evitou um olhar irritado para os dois homens que estavam logo além do vidro, antes de dar de ombros corajosamente. "Eles não podem entrar na Witch's Brew. Os demônios não podem entrar aqui sem a permissão de meu primo ou sem a minha; por isso, eles podem ficar lá fora mesmo e apodrecer, se depender de mim”.

"Se fosse tão fácil assim", disse Vincent, balançando a cabeça para sua intrépida parceira. Era realmente uma vergonha que ele tivesse exercido tanta influência sobre ela. Autopreservação era realmente uma coisa boa de se ter… caso a última coisa que você deveria pensar era em ser assassinado.

Decidindo retirá-la novamente da terra dos contos de fadas, Vincent apertou os olhos, mostrando seu aversão: “Como parece que você esqueceu um detalhe importante, eu vou lembrá-la da verdadeira realidade da situação. Os demônios de nosso pequeno círculo têm um fetiche por armas mortais e, com o negócio clandestino, conseguiram uma coleção bastante sofisticada. Eles não precisam entrar para pegar a mim ou a você. Eles só podem atirar em nós através da janela sangrenta, vendo como ambos estão armados".

Lacey olhou lentamente para trás em direção à janela, imaginando por que eles ainda não haviam levantado as armas e disparado contra ela. Talvez estivessem sendo contidos, pois a rua atrás deles estava cheia de tráfego e havia tantos compradores andando de loja em loja. Sim... muitas testemunhas mesmo.

Ela reconheceu os dois demônios porque eles estiveram com Masters na noite em que ela havia usado o cubo sobre eles para que pudesse escapar. Vincent estava certo sobre o fetiche deles por armas… eles tinham até roubado armamentos de última geração para os monstros. A principal razão para que os demônios utilizassem armas em vez de dilacerarem as pessoas era para que elas se misturassem com outros humanos assassinados em vez de destacarem sua raça.

"Bem, eles não podem atirar naquilo que não podem ver”, salientou ela e agarrou a mão de Vincent, tentando puxá-lo para o quarto dos fundos com ela. Ela franziu a testa e olhou para ele quando ele se recusou a ceder.

Vincent virou a garota para frente, antes que ela pudesse encostar no vulcão fumegante que estava parado logo atrás dela… o pequeno idiota.

"Se quisessem, eles poderiam mandar pelos ares esta loja e nós dois sabemos disso”, disse ele calmamente. Ele havia criado um jogo de assassinato, mas ela precisava para começar a usar a cabeça antes que a perdesse. O pensamento o irritava e isso se refletia na voz dele: “Pare e pense, antes que eu acabe tendo que enterrar você também”.

"Droga", Lacey afastou sua mão da mão dele com um som frustrado. Ela ia ter que impedi-lo de jogar isso na cara dela toda vez que ele não aprovasse suas ações. "Por que você vive cercado de monstros quando não se parece nada com eles?", sussurrou ela, já sabendo a resposta, e esse era um motivo estúpido até onde ela sabia. "Eles podem morrer o mais rápido que nós conseguirmos. Você provou isso quando arrancou a cabeça de Masters”.

"Não se preocupe comigo, meu bem", orientou Vincent, sabendo que ela não seria capaz de fugir ou se esconder disso. "Estou aqui para ajudá-la e você precisa prestar atenção. O novo demônio que entrou para tomar o lugar de Masters quer fazer um acordo com você”.

"Um acordo… eles acham mesmo que eu sou idiota o bastante para cometer esse erro novamente?", Lacey fez uma careta. "Não vai acontecer de novo”.

"Ouça-me", disse Vincent, passando a mão pela franja para afastá-la dos olhos. "Hoje à noite no leilão, eles vão oferecer um pedido que têm sobre sua alma e dar-lhe a liberdade em troca da esfera espiritual que seu avô roubou há muito tempo. Você tem acesso a ela… não é?"

Ren franziu ainda mais a testa quando ele se lembrou de que segurava a estranha esfera espiritual na palma da mão e viu a turbulência da entidade presa lá dentro. Ele não sentira nenhum poder proveniente do espírito… apenas o enorme poder que emanava da esfera. O que quer houvesse ali dentro estava muito bem protegido e confinado por uma boa razão, sem sombra de dúvida. O fato de que os demônios não queriam a esfera não lhe parecia muito sensato.

Lacey olhou para Vincent com uma testa franzida de tristeza, quando lhe ocorreu que ele estava se comprometendo para salvar a pele dela novamente. "Essa ideia foi sua… não foi? Pois você sabe que, uma vez feito um pacto com os demônios, eles vão respeitá-lo e me deixar em paz”.

"Não me considere um herói ainda, meu bem", disse Vincent, ainda se condenando por violar a única regra que ele tinha sobre deixar que as pessoas o atingissem. "Eu só sugeri isso porque eles estavam me torturando ao extremo e eu queria que eles parassem de vez com isso”.

Lacey cerrou o punho e golpeou o peito dele com força, não se importando se ela sentiu mais dor do que ele. Falando sério… ele poderia ser um idiota, sempre fingindo que não sentia a dor da morte, quando ela já tinha visto o olhar de agonia no rosto dele muitas vezes para acreditar nesse absurdo.

"Você está tentando me fazer chorar?", acusou ela.

Vincent deixou cair os ombros, percebendo que ele provavelmente não deveria ter admitido esse pequeno detalhe. Ela deve estar irritada com ele por colocá-la em perigo, em primeiro lugar, em vez de se preocupar com a tolerância dele em relação à dor. Não importava o quanto machucou se a dor não significava absolutamente nada para ele.

Ele deveria saber mais do que entregar-se à solidão, nem que fosse por um minuto… arrastando-a para toda essa confusão como um egoísta desgraçado, só porque estava aborrecido. Era surpreendente que ele tivesse protegido a moça por todo esse tempo, mas, se ela simplesmente o escutasse, ele poderia libertá-la de tudo isso.

"Olha, eu não sei o que é esta esfera espiritual, mas o fato de que eles precisam dela tanto assim, não apenas para permitir que você permaneça viva, mas também para proporcionar-lhe um rompimento amigável para iniciar… bem, a esfera espiritual provavelmente não é lá uma boa coisa'", admitiu ele, mostrando a ela um olhar obstinado. "Mas se isso evitará que você parta dessa para melhor, então, digo que você deve entregar a eles o maldito acessório".

Ela rosnou para ele, imaginando se ele nunca iria parar de usar a mortalidade dela contra ela própria. Nesse momento, ela não estava nem aí para o lendário demônio que seu avô dissera estar preso na esfera espiritual como um gênio dentro de uma garrafa. Como seu avô nunca havia descoberto como abri-la, e olhe que ele já tentara fazer isso, o objeto não era mais que um pesinho de papel bonito para ela.

Girando o corpo para ir atrás de Ren, ela quase saiu da própria pele, descobrindo que ele estava a menos de um metro atrás dela. Alguma coisa no olhar mortal que ele estava lançando sobre Vincent fez com que ela aumentasse um pouco mais a distância entre ela e a amiga. Ela se desvencilhou do meio dos dois e se recostou no balcão. Ótimo: Ren parecia que queria matar e Vincent sempre alegou ter um desejo mortal… eles devem se entender muito bem.

Lacey respirou profundamente para estabilizar os nervos e ajustou os ombros. "Como você parece ter uma aversão a ladrões, suponho que você não roubou a esfera espiritual, mas simplesmente guardou-a em um lugar mais seguro, como Gypsy me garantiu… certo?"

"Certo”, concordou Ren, sem pestanejar. Ele queria que ela viesse até ele em busca de ajuda, pois o homem que estava do outro lado certamente representaria a morte dela. Entretanto, observando a forma como Vincent tratou a esquentadinha realmente tinha lhe dado algumas indicações sobre como lidar com ela por conta própria.

Ele evitou esfregar a testa. O uso do poder de Zachary sobre ela tinha mexido totalmente com a cabeça dele e estava causando uma tremenda confusão. Ele se sentia como se fosse o único que a conhecera durante o último ano… fizera amor com ela… a protegera… morrera por ela. Pelo menos, ele ainda tinha bastante bom senso para culpar o outro homem por todas as coisas ruins.

"Então você não deve ter nenhum problema ao recuperar isso para mim… correto?", perguntou Lacey testando a honestidade dele.

Sabendo que isso salvaria sua vida, Ren tinha toda a intenção de utilizar a esfera espiritual para o pacto. Em vez de anunciar esse fato na frente de Vincent, o demônio informante, ele respondeu evasivamente: “Vou ter que falar com um certo Deus sobre isso… mas talvez eu possa providenciar isso”. Ele sorriu internamente quando Vincent levantou uma sobrancelha para a observação sobre Deus. "Mas os demônios têm que concordar com o fato de você ter seu próprio acompanhante para o leilão, pois você não vai participar sozinha”.

Lacey sentiu a esperança florescer em seu peito, de repente lembrando-se do que Ren dissera sobre absorver os poderes de todos em volta dele e ser capaz de utilizar isso. Ela só podia imaginar o nível de poder que ele deveria adquirir se entrasse em uma sala cheia de demônios e outros paranormais. Brilhante ideia… os demônios não saberiam o que os atingiu até que tudo acabasse e eles não teriam nenhuma escolha além de concordar em adicionar o nome de Vincent à lista de livre acesso.

Ren olhou para ela quando ela lentamente o presenteou com o sorriso mais incrível que ele já vira. Foi nesse momento que ele soube que estava em apuros.

Agora que tinha aumentado sua confiança, Lacey aproximou-se de Vincent e olhou para ele de forma desafiadora. "Então você diz o seguinte a esses bastardos. Eu concordo com o pacto deles com uma condição. O pacto tem que incluir não só a minha… mas também a sua alma e a sua liberdade”.

"Você tem um desejo mortal?" perguntou Ren de repente, querendo colocar um pouco de juízo na cabeça dela.

"Concordo com o seu novo amigo”, disse Vincent, lançando para ele um olhar chocado de Ren. "Eu não balançaria esse barco do amor… não quando é você que está sentado lá dentro. Vamos ficar cercados por demônios esta noite no leilão, pois há muitas coisas para conseguir… não apenas você”.

Vincent respirou fundo antes de continuar: “Este não é como os pequenos leilões que eles realizaram neste último passado… pense em uma escala muito maior e, depois, substitua os bilionários calvos por belos demônios e você estará se aproximando da imagem real”.

"Belos demônios", Lacey levantou uma sobrancelha quando o rosto pálido de Masters brilhou em sua mente.

Ele balançou a cabeça pela ingenuidade dela. "Nove entre dez vezes, o mais belo demônio do recinto será o mais poderoso. Seria sábio lembrar-se disso, pois apenas os mais poderosos são convidados esta noite”.

Ren não se preocupou em suprimir a vontade de esfregar a testa desta vez. Quem quer que fosse responsável por este círculo precisava ter a cabeça examinada. "Amadores", rosnou ele, mantendo a voz baixa.

Lacey piscou: “Concordo com Ren… que diabos eles estão pensando?"

"Para que eles possam comprar, vender e negociar como os bastardos gananciosos que sempre foram", Vincent deu de ombros, realmente esperando que um enorme combate eclodisse esta noite e que o todo poderoso líder do círculo perdesse a cabeça. Isso não iria incomodá-lo nem um pouco, a essa altura. O fato de que o lugar de Lacey foi próximo ao início da noite foi útil e essa é outra razão pela qual ele não queria que ela entrasse ali e estragasse tudo, não respeitando as regras.

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458,68 ₽
Возрастное ограничение:
0+
Дата выхода на Литрес:
17 апреля 2019
Объем:
290 стр.
ISBN:
9788873049517
Переводчик:
Правообладатель:
Tektime S.r.l.s.
Формат скачивания:
epub, fb2, fb3, html, ios.epub, mobi, pdf, txt, zip

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